Já faz uns dias que venho me observando... e também observando tudo a minha volta. Ando reparando como as coisas se tornam automáticas quando não se tem mais seu espírito, quando você se vende para o sistema.
Quando seu coração não é compatível com o sistema, você ou luta contra tudo ou se vende... mas o que é vendido? Descobri o que se perde... perdemos nossos espíritos, apenas nos resta nossas mentes, então que se faz é simplesmente racionalizar tudo. Exatamente como um computador.
Estranhamente... ao racionalizar tudo, as coisas continuam não fazendo o menor sentido, entretanto se tornam suportáveis, afinal se dois mais dois são quatro... por que maldito motivo irei questionar? Apenas vou repetir como um papagaio... é, são quatro. rsrsrsrsr
Mas há um sério problema nisso tudo, que é algo que falta à razão: a Vontade. Quando se é apenas razão, se perde completamente suas motivações. Não se age mais... tudo é apenas reação... não há mais ação. Não há o que ser feito... pois não há um por que ser feito. Simplesmente se reage a algo que surge... de maneira que esteja programada, é claro.
Quando se está assim, igual uma máquina, há um grande conforto que é: Se não há Vontade, não há frustração. Tudo se torna um eterno existir. Estar assim também te deixa imune a muitas coisas que antes te atingiam, coisas que te irritavam já não irritam mais, afinal, não faz a menor diferença mesmo.
Quando se é apenas razão, tudo fica mais simples, basta escolher o software e seguir em frente exatamente como tudo está programado... nada no script deve ser alterado, nem mesmo questionado... mas também não precisa ser entendido.
Mas sempre que se coloca um novo programa, precisamos fazer alguns ajustes... configurá-lo bem... isso nem sempre é uma tarefa fácil, mas precisa ser feita, afinal o sistema não suporta bugs rsrsrrsr
Outra coisa que acontece com quem vende seu espírito ao sistema é que lentamente algo morre, ainda não tenho um nome para dar a isso que vai morrendo, mas também não faz a menor diferença, pois a cada instante que este algo morre, a razão ganha espaço, cria raízes.
Thenebris
Se você for analizar a "razão" pelo modo filosófico, poderia-se dizer que Aquilo que morre é a Imaginação...
ResponderExcluir"Os filósofos racionalistas opõem a razão à imaginação. Enquanto empregar a imaginação é representar os objetos segundo as qualidades secundárias - aquelas que são dadas aos sentidos - empregar a razão é representar os objetos segundo as qualidades primárias -aquelas que são dadas à razão- ."(wik)
Bom...de qualquer forma talvez Raul Seixas tb sentisse isso quando cantou a música:
Ouro de Tolo
(...)Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social(...)
Como já disseram uma vez...
"A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo."(Albert Einstein)
Ou então, para se pensar um pouco mais, e isso vai depender de quem ler e de como entender...
"Que planeta engraçado!", pensou então. "É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro."[O Pequeno Principe - cáp. XIX]
Antoine de Saint-Exupéry
Mas pergunto...
ResponderExcluirDe que adianta deixar a mais bela flor em terreno árido? Em mãos que apenas repetem movimentos condicionados?
Ao sistema... apenas minha razão.
Thenebris