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Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Seja um Idiota" - Arnaldo Jabor

A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz!
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!
Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele. Milhares de momentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahahahahahaha!…
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir… Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho
gostoso agora? “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios”.
“Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche”.

Arnaldo Jabor

Telhado de Vidro

Eis um termo deveras interessante. Ele em si mesmo retrata o quanto o sistema é seu próprio antagonista... pois vamos refletir um pouco sobre o termo... Telhado... aquilo que te cobre, esconde e protege.... Vidro... transparente, belo e frágil.

Então poderíamos associar o termo telhado de vidro a algo belo e protetor... mas sabemos muito bem que não é neste sentido que tal termo é utilizado, e sim como referência à nossas fragilidades, que por mais que tentemos esconder ou negar, são aparentes.

Agora alguém pode me perguntar: Mas você joga pedra no telhado de vidro dos outros Thenebris? Oh sim, eu jogo, mas penas nos telhados das pessoas que mais gosto... a outros telhados sou profundamente indiferente. Jogo pelo simples fato de que isso não serve para nada... ficar vivendo de mentiras ou meias verdades não levarão essa pessoa a ser feliz. 

Se eu tenho telhado de vidro? Talvez sim... e se alguém o encontrar... quebre-o, por favor. Serei imensamente grato... afinal, isso não serve de nada, eu busco a verdade, a minha verdade... eu busco o amor, mas que seja verdadeiro, e telhados de vidro apenas atrapalham.

Essa é mais uma das regras malditas do sistema... por mais aparente que seja uma mentira, por mais que se saiba algo... se estiver sob um telhado de vidro, você não deve quebrar... e preferencialmente nem mesmo comentar sobre o que percebe ou sabe... afinal uma mentira contada inúmeras vezes deveria teoricamente se tornar uma verdade... mas isso não da certo com todas as pessoas.

É triste quando isso acontece com alguém que amamos... somos obrigados a ver essa pessoa deliberadamente tentando nos enganar, ou o que é pior ainda, talvez enganando a si mesma... Mas em situações como essa, o melhor é esperar o tempo fazer seu papel... 

Escrevendo sobre isso agora, me lembrei de uma música, que na verdade nem é bem meu gosto musical, entretanto sua letra retrata bem o que se deve fazer em casos assim... serenamente esperar a chuva passar.


Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão...
Acho essa letra linda... Ela transmite a serenidade do amor... mesmo quando tudo é negado.
Thenebris

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Algumas Observações...


Onde o amor impera não há desejo de poder, e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.

Carl Gustav Jung

Outro dia me deparei com esta frase de Jung em status de msn, e essa frase me fez pensar... mas não por discordar dela, e sim pelo fato de concordar. E de ver nessa simples citação algo mais profundo, que nos mostra a genialidade de Carl Gustav Jung.

Então vamos tentar nos aprofundar um pouco mais nesta citação... Ele diz: Onde o amor impera não há desejo de poder. Exatamente, mas notemos que ele diz "onde o amor impera... ele não diz onde alguém que ama impera... são coisas mui diferentes. E é claro que não há desejo de poder... se o amor já impera, ele ja tem poder... não há por que desejar o que já se tem, e além do mais... desejo de poder está bastante relacionado com nosso ego mundano... que freqüentemente confunde amor com apego e posse.

Ele também diz: Um é a sombra do outro. Para tentar entender o que ele quis dizer com isso, inicialmente devemos nos recordar que Jung era um psicanalista, e que o termo "sombra" era freqüentemente usado por ele... e que neste caso nos mostra a cumplicidade existente entre os que se amam.

Ou seja... podemos compreender que Jung disse que  onde há amor não há ego nem disputa... são cúmplices em seu amor, seja ele como for..

Thenebris

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Somos Donos?

Todos os dias vejo coisas que realmente por mais que eu tente não compreendo... como por exemplo, o quanto as pessoas se sentem donos de seus parceiros, e como as pessoas se submetem a isso... como se isso fosse uma coisa normal ou natural... simplesmente "pertencer" a outra pessoa.

Isto é uma coisa que acontece com tanta freqüência, que já é tida pelo meio social como normal e certo!!! O simples fato de pessoas serem casados os faz serem "donos" uns dos outros. Aí entram o apego, a posse e o controle... e nos submetemos... e o que é pior, sem reclamar.

Crescemos achando isso normal, não nos damos ao trabalho de parar para olhar isso... e nos perguntar... mas por que maldito motivo tenho que me anular? Mas por que tenho que ser o que querem que eu seja? Eu "pertenço" a essa pessoa ou tenho minha vida?

E outra coisa mui interessante... é o uso de rótulos para isso... existem rótulos que são praticamente um direito de posse do ponto de vista social... por exemplo... "marido" ou "esposa"... Esses rótulos são praticamente uma escrituração de um bem. Mas... será que estamos esquecendo algo? Hm... acho que sim... duas coisas na verdade: Primeira... somos seres humanos, e não simples objetos inanimados... A Segunda... Estamos vivos, e temos direito de viver nossas vidas segundo nossa vontade... e não segundo a vontade de nossos "donos".

Mas vamos refletir um pouco sobre o por que isso acontece... Bem, fora todo o contexto social no qual estamos inceridos... que fatalmente nos influencia, e muito, temos que avaliar nossas motivações para "concordar" com isso. Basicamente... além do controle [que particularmente vejo apenas como um sintoma], há algo mais interessante... o medo de perder... sim... é daí que vem toda essa posse e controle.

Mas eu pergunto... onde há amor... haverá perda? Particularmente acredito que não, e que se houver a perda... isso só quer dizer uma coisa... não havia amor.

Outro fator que parece ser bastante marcante é nosso orgulho, pois queremos acreditar que podemos suprir todas as necessidades de nossos parceiros... não estou falando apenas de sexo... mas afetivas e intelectuais também. Pois o ser humano é infinitamente complexo... e assim sendo, suas necessidades para uma vida plena também o serão.

Mas realmente não espero que pessoas coloquem as suas budicas mãozinhas em suas consciências apenas por ler um simples texto como esse, que foi escrito sem o menor critério ou avaliação... é apenas um surto rsrrsrsrs

Thenebris

domingo, 12 de setembro de 2010

Baile de Máscaras

Muito me entristece ver como as pessoas preferem negar algo belo simplesmente para não aceitar a dor que isso possa estar causando... por uma escolha dessa mesma pessoa. Negam... mas apenas da boca para fora... internamente, além da máscara... está tudo lá.

É triste ver como é fácil abrir mão daquilo é julgamos importante simplesmente para não termos que mudar de opinião, e então negamos tudo... colocamos nossa máscara... nos enchemos de projetos e planos, para simplesmente ocupar nosso tempo e não termos que olhar o buraco que está abrindo no nosso coração devido a uma escolha nossa.

Ah... como é fácil negar um amor e esconder uma dor. Como é fácil dizer que nunca existiu algo do que dizer que se está abrindo mão de seus sonhos simplesmente por orgulho... por uma imagem a zelar... por querer se adequar aos padrões.

Eu não gosto de máscaras. Não acho que sirvam para alguma coisa que nos traga um bom resultado, as máscaras são irmãs das mentiras, precursoras do fracasso. Mas mesmo não gostando de máscaras muitas vezes me vejo obrigado a fazer uso de máscaras... não por mim, mas por outras pessoas envolvidas, então não posso falar abertamente como me é de costume, mas tenho de utilizar meias palavras para mostrar verdades inteiras.

Isso é exatamente o que o sistema quer de nós, que nos calemos, e fiquemos escondidos por trás de nossas máscaras... pois se alguns tiverem a coragem de ser diferentes... estarão "infectando" o sistema com uma nova forma de pensar e sentir... tudo muda. E o sistema não quer isso.

O sistema nos ensina que chorar é sinal de fraqueza, que mostrar aquilo que realmente sentimos não é certo, que por algumas coisas temos que chorar... e que por outras não... que por algumas coisas podemos sofrer e por outras não. E se você sofre e chora por algo que o sistema em que vive não está de acordo... coloque sua máscara e entre no baile rsrsr

Se para você, é aceitável usar uma máscara e sufocar seus sentimentos, é uma pena. Eu particularmente não sou partidário de máscaras... para mim um grito de " Eu te amo! entalado na garganta é letal... me mata lentamente.

Thenebris

sábado, 11 de setembro de 2010

A Força do Amor


Hoje em uma conversa me deparei com uma coisa realmente interessante... com o quanto eu me importo... e a temática era o fato de eu ser "bonzinho" e justamente por isso me importar. Mas, não, não é isso... eu na verdade apenas me importo com as pessoas que amo. Todas as outras eu realmente não me importo, não dou a mínima para o que pensam, dizem ou o que por ventura possa lhes acontecer.

Mas que força é essa capaz de fazer alguém como eu se importar e querer zelar tanto por algumas pessoas... que é capaz de me tirar a luz da razão, me leva aos mais profundos desatinos... que tem a força de me colocar contra "regras" do sistema em que sou obrigado a viver?

O que é isso que me tira o sono... que me tira a tranqüilidade... que me faz suportar ou criar as maiores tormentas... que pode me acalmar em um momento de fúria ou mesmo me levar à fúria em um momento calmo... que me corta ao meio e ainda me faz querer ficar vivo?

Quem força é essa que por mais que eu mesmo tente entender não consigo... que força é essa que quanto mais eu tento explicar menos eu entendo... que quanto mais eu sinto menos eu penso... que quanto menos eu me entrego mais eu morro por dentro... que quanto mais eu divido maior fica?

Que força é essa capaz de vencer tudo... que aceita tudo... que nos dá tudo... mas que também pode não aceitar nada... nos tirar tudo e nos levar a derrota se negado... ou não vivido?

Essa força é a verdadeira essência do ser humano... o amor... o coração. Esse é o grande tesouro do ser humano e também sua força. Quanto mais aceitamos nosso coração mais fortes ficamos. Sempre que negamos nosso amor estamos nos tornando fracos... estamos morrendo.

Forte é quem chora, pois tem a coragem de aceitar suas emoções.

Forte é quem odeia... pois apenas quem sabe odiar profundamente sabe amar profundamente... ambos são opostos de uma mesma linha.

Amor... esse é o caminho do Guerreiro.

Thenebris

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Entender x Aceitar

Hoje me chegou uma frase interessante... "Eu entendo, mas não concordo."... podem me perguntar o que há de interessante em uma frase óbvia, e digo, é óbvia apenas se olhada rapidamente... ao nos aprofundarmos em seu contexto fica implícito o quanto é antagônica esta frase, pois vejamos:

Temos como costume acreditar que a aceitação é associada com a conivência e até mesmo com a participação, em qualquer coisa que seja, mas na verdade a aceitação vai muito além disso. Pois se entendemos algo e não concordamos, estamos dizendo que não aceitamos... se estamos dizendo que não aceitamos algo em alguém estamos dizendo que algo nessa pessoa nos causa desconforto, ou que estamos sendo tirados de nossa zona de conforto. Isso na realidade pode ser bom, dependerá de como iremos lidar com isso... pois basicamente temos duas alternativas: a primeira consiste em empacar como uma mula, atolados em pré-conceitos que provém do meio em que vivemos e teimamos em dizer que somos nós; a segunda consiste em observar com sinceridade o que está motivando esta não aceitação de algo.

Se empacarmos como mulas... fatalmente estamos morrendo, pois vida é movimento, é transformação. Tudo o que vive se move de alguma maneira... muda com o tempo... se adapta a novas coisas e situações. Empacando estamos sendo "cabeça dura". Estamos estagnados em velhos conceitos do que é "certo" e "verdadeiro" do que pode ou não existir. 

Se temos a coragem de observar com sinceridade, seja lá o que for... sempre veremos que nós mesmo é que colocamos problemas onde não existem. Nós mesmos é que criamos um sem fim de idéias pré-concebidas sobre algo que imaginamos ser de alguma maneira e não estamos nos dando ao trabalho de olhar as coisas como realmente são. Existem situações na vida que na verdade são profundamente belas, mas que nossas mentes, entulhadas com lixo do sistema tende a ver como "erradas" ou como coisas que não podem existir ou dar certo.

A não aceitação de muitas coisas está baseada em nosso orgulho... algo que realmente nos atrapalha bastante na vida... quantas pessoas já não perderam um grande amor por orgulho? Quantas pessoas não assistem outras pessoas sofrendo e por orgulho não fazem absolutamente nada para mudar isso, ou quando fazem, também é baseado no orgulho e também não resolve nada... apenas muda o "problema" de endereço rsrsrsrs...

A aceitação de muitas coisas vem do verdadeiro entendimento, e não da simples intelectualização, de algo, principalmente de coisas relacionadas aos sentimentos. Racionalizar as coisas do coração serve apenas para não fazer nada. Pois quando passamos a sentir as coisas ao invés de pensar elas, a inércia, o modo automático se tornam insuportaveis.

Existem coisas que não podem ser alteradas... é aquela velha história... existem portas que depois de abertas não podem ser fechadas... por mais que tudo nos afaste da porta, a porta não se fecha, e não temos como esquecer.

Nós sempre nos esquecemos de que muitas vezes as coisas mais belas pode nascer do que aos olhos dos não conhecedores de certas coisas seria chamado de lodo... seria visto como sujo... sem saber que deste "lodo" pode nascer a flor mais bela...

E assim caminha a humanidade... entendendo e não aceitando... com passos de formiga e sem vontade...

Thenebris

Honra

Eis uma coisa que aprendi ao longo de mais de 15 anos em meio a prática de artes marciais... Honra. No ocidente se tem uma idéia bastante distorcida sobre o que é ser honrado. Aqui se tem a falsa idéia de que honra tem alguma coisa haver com regras ou normas do meio em que se vive, isso é um engano terrível.

Estive me lembrando do filme "O Último Samurai", que é um lindo filme, um dos filmes que já tive a oportunidade de assistir, que melhor retrata o que é honra, retrata sua essência e sua profundidade. Ter honra não é seguir os ditames socialmente aceitos, mas seguir seus próprios princípios internos... não é criar compromissos fora... mas interiormente... Pois um compromisso com nós mesmos nunca poderá ser abalado, afinal é nossa mais profunda verdade.

Um ótimo exemplo é do próprio filme... onde o capitão escolhe ser metralhado junto com seu amigo... ele teve a oportunidade de não o ser... mas isso ia contra seu código de honra... seu compromisso interno... ele não poderia negar uma amizade tão bela e marcante. O mesmo podemos dizer de quando ele se apaixona pela mulher do samurai que ele mesmo matou... isto por muitos poderia ser visto como errado, ou inadequado... mas abrir mão de um amor simplesmente para agradar o meio social seria ser honrado? Acredito que não, seria na verdade exatamente o oposto, seria se vender... prostituir seus valores, aquilo em que se acredita.

Ser honrado é não abrir mão daquilo em que se acredita, não importa qual seja o preço... não importa qual seja a pena a ser paga... não importa o que se perde... Seu espírito está em paz... você age de acordo com o que acredita, é íntegro e verdadeiro... Aos olhos de muitos pode ser um louco... um diabo... seja lá o que for... mas o que realmente importa é que o homem honrado não se importa com o que os outros dizem dele... mas com o que ele diz de si mesmo.

O homem honrado pode por muitas vezes ser visto como pouco confiável... pois realmente não é muito previsível... mas na verdade é extremamente previsível, desde que seja observado sob uma óptica adequada. Tentar observar um homem honrado baseando as observações no que se espera que ele faça, nas escolhas que se espera que ele tenha, tornará toda a observação muito obscura... nada estará claro... entretanto se o observar de acordo com aquilo em que ele acredita... tudo se torna nítido, pura luz.

Pedir a um homem assim que faça algo que vai contra seus valores internos, é o mesmo que matar ele, lentamente algo se perde, lentamente nos sentimos a cada dia mais distantes de nós mesmos... nos olhamos no espelho e já não reconhecemos quem é aquela pessoa vendida que está lá... quem é aquele que abriu mão de sua verdade interna para seguir um ditame externo... simplesmente não nos reconhecemos mais ao nos ver no espelho.

Pedir para um samurai que abra mão de sua honra... é o mesmo que pedir a ele que entregue sua espada.... sua vida... em raríssimas ocasiões ele entregará, mas tenha a certeza... isso o mata por dentro, ele deixa de ser o que era, perde sua vida... apenas sobrevive.

Um Samurai nunca luta por uma bandeira, por um povo, por um imperador nem mesmo por ele mesmo... o que faz um Samurai lutar é um ideal... sua verdade interna... sua honra.

Thenebris

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Eu me Importo!

Hoje pensei muito... sobre muitas coisas... e podem me perguntar: e então, a que conclusão chegou? respondo... não sei... é preciso concluir algo? é preciso nomear e rotular as coisas? eu realmente não sei.

Gosto de caminhar para pensar... nesses momentos me sinto livre... penso com total clareza... pode parecer estranho, mas sou assim.

Hoje estive pensando sobre o quanto alguns fatos da vida são marcantes, e como breves momentos podem alterar tudo na vida de uma pessoa. Após esse tipo de momento, nada mais pode voltar a ser como foi antes... talvez possamos chamar isso de provar a felicidade... após sentir seu sabor... não temos mais como ligar o "modo automático" de viver e simplesmente dizer eu não me importo. Não há como voltar no passado e apagar Certas Coisas [linda essa música]. Afinal, não fomos feitos para andar para trás rsrsrs

Estive observando o quanto nos enganamos com certos argumentos, para simplesmente não ter que nadar contra a maré.... os mais utilizados são: algum dia... e, depois que.... esses dois argumentos são os campeões de audiência para não nos comprometermos com nosso destino, para que não tomemos atitudes, para que simplesmente nos tornemos pessoas que sobrevivem ao invés de viver.

Algum dia... Isso nos coloca em uma certa zona de conforto, onde nós acreditamos que "algum dia" teremos aquilo que queremos, mas apenas algum dia, não hoje. Fazemos isso para não ter que tomar nenhuma atitude agora... nós a deixamos para "amanhã"... mas não devemos esquecer... "O amanhã é uma miragem".

Depois que... Temos o péssimo costume de jogar a nossa felicidade e nossas responsabilidades nas mãos dos outros, sempre condicionando algo que queremos a algum outro fato ou evento. Por que temos que ficar aguardando determinados eventos? Isso vai adiantar? Ou devemos modelar nossas vidas de acordo com a realidade que se apresenta, tal como ela é?... rsrsr Isso me fez lembrar de uma música que diz: 

Vem vamos embora.... 
Que esperar não é saber....
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...

Essa música não fala de fugir da vida, ou dos problemas... mas fala de atitude. Fala de determinação... de compromisso com aquilo em que se acredita. Se existe na sua vida algo para ser resolvido... um momento marcante que muda todo o rumo... não se abandone... não desista da sua felicidade...

Pensando em tudo o que existe na minha vida... Eu me importo com as pessoas que amo.... Eu me importo com a minha felicidade... Eu me importo em resolver meus problemas... Eu me importo em estar bem... nem que seja apenas por e para quem amo.

Fica uma música que fala sobre momentos que marcam uma vida.

Thenebris

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Amor é Liberdade

O sistema corrompe o amor, o torna mesquinho e egoísta... nos induz a ter atitudes competitivas semelhantes as do sistema capitalista, entretanto não devemos esquecer que em se tratando de amor, não estamos lidando com objetos, mas com pessoas que amamos.

É triste ver que realmente sofremos, por questões e problemas relacionados ao amor, pelo único e simples fato que a todo instante somos manipulados pelo sistema, até mesmo atos nobres podem estar sendo induzidos por condicionamentos baseados na competitividade, no fim de cada história sempre é tido como obrigatório que um saia perdendo para outro poder ganhar. Pergunto... Onde fui parar a pureza do amor?

É triste ver pessoas todos os dias abrindo mão de seus mais profundos sonhos simplesmente para não ter que nadar contra a corrente [ir contra o sistema], ou mesmo, preferem abrir mão de seus sonhos para não ter que modificá-los... Pessoas todos os dias preferem perder tudo, simplesmente para não ter que dividir... mas sobre isso falo outra hora rsrrsrs

Pessoas preferem se afastar de seus entes amados pelos mais variados problemas... mas normalmente temos como ponto em comum originando isso o ego, pequeno e mundano... inteiramente criado para viver dentro do sistema. Assim vamos um pouco por dia sufocando nosso Espírito, que é a verdadeira origem de nosso amor, vamos um pouco por dia matando aquilo que realmente somos para irmos nos tornando aquilo que esperam que sejamos.

Mas não desanimem... o sistema sempre nos da escolhas, torpes, mas dá rsrsrsrs. Sim, escolhas torpes, onde cada uma das alternativas estará dentro daquilo que é tido como normal e natural, qualquer coisa fora disso é possível, mas exige um esforço extra de nossa parte. Exige que tenhamos a coragem de seguir nosso Espírito e não nossa pequena mente limitada e mundana.

Sempre que nos sentimos obrigados a tomar certas atitudes, por motivos obviamente baseados no sistema, acabamos ficando tristes ou até mesmo com raiva de nós mesmos. Em alguns casos chegamos até a nos odiar, por nos submeter a um sistema mesquinho e sufocante. Isso acontece com todos nós, não há como escapar integralmente disso, mas o importante é:

Faça sua escolha, tome seu rumo, mas nunca feche portas por onde passar. Um dia você pode notar que fez a escolha errada e querer voltar, a porta estará aberta.

Thenebris

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Morre lentamente – Pablo Neruda

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

Em que se acredita?



Outra coisa que observo com freqüência...O quanto somos programados a acreditar em certas coisas e em outras não... Podemos ter certeza de algo, mas apenas se fizer parte do conjunto de regras sociais do meio em que estamos inseridos.

Crescemos sendo bombardeados com um conjunto de valores e regras que somos obrigados a acreditar como sendo verdadeiras e boas... mesmo que seja antagônicas à nossas verdades internas.

E sem que tenhamos consciência, tudo o que chega a nós de informações é levado por nossa mente para uma avaliação em nosso conjunto de valores impostos... caso não atenda a esses valores, logo não acreditamos no que nos chega... já dizemos logo... isso não existe, não é possível.

Você pode estar vendo de forma inquestionável que algo é verdadeiro... mas se não atender a esse conjunto de regras [que chamarei de cartilha do sistema] não é aceito, e será tido como falso. Isso acontece com todos nós, todos os dias, em situações de maior ou menor importância, mas acontece.

Mas o mais triste de se ver, são pessoas que sabem de tudo isso, que buscam se conhecerem, que dizem ter a coragem de quebrar paradigmas, completamente cegas pela cartilha do sistema rsrsrs... Imersas em dúvidas mil, simplesmente por que suas vidas as colocaram frente a algo não previsto pela cartilha, ou algo previsto, entretanto não aceito como verdadeiro e bom.

É importante avaliarmos o quão pesada é essa cartilha do sistema, para isso ficar mais simples, basta compararmos culturas diferentes... coisas que são monstruosas em uma cultura... são perfeitamente normais em outra... por que isso acontece? Simples... a cartilha é outra... logo os valores são outros, assim abrindo um vasto leque de possibilidades. Podemos tomar como exemplo a Polinésia:

Na Polinésia é perfeitamente normal comer filhotes de husk siberiano, inclusive as crianças normalmente ajudam no preparo do prato, desde a escolha do cãozinho... para eles isso é natural... para nós isso pode ser monstruoso, pelo simples fato de que nossa cartilha é diferente da deles... somos todos iguais, todos somos seres humanos, apenas estamos seguindo cartilhas diferentes.

Essas crenças em sua grande maioria são extremamente limitantes, fatalmente nos levando a frustrações. Por isso eu digo... aquele que se guia na vida por essa cartilha do sistema, certamente terá de abrir mão de muitas coisas importantes em sua vida, e se arrepender de muita coisa que não fez, nem mesmo tentou... na minha opinião essa é a pior dor... pois ficará para o resto da vida a pergunta: E se eu tivesse tentado?

Naturalmente, as poucas pessoas que tem coragem de ir contra essa cartilha do sistema acabam se sentindo deslocadas de seu meio social, pois afinal é o estranho, o diferente.... esse é um ponto de escolha, fazer o que se quer ou fazer o que os outros querem que você faça?

Tenham a coragem, queimem suas cartilhas do sistema e escrevam as suas próprias, com suas verdades, e viver sua vida segundo suas verdadeiras crenças.

Thenebris