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Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Em que se acredita?



Outra coisa que observo com freqüência...O quanto somos programados a acreditar em certas coisas e em outras não... Podemos ter certeza de algo, mas apenas se fizer parte do conjunto de regras sociais do meio em que estamos inseridos.

Crescemos sendo bombardeados com um conjunto de valores e regras que somos obrigados a acreditar como sendo verdadeiras e boas... mesmo que seja antagônicas à nossas verdades internas.

E sem que tenhamos consciência, tudo o que chega a nós de informações é levado por nossa mente para uma avaliação em nosso conjunto de valores impostos... caso não atenda a esses valores, logo não acreditamos no que nos chega... já dizemos logo... isso não existe, não é possível.

Você pode estar vendo de forma inquestionável que algo é verdadeiro... mas se não atender a esse conjunto de regras [que chamarei de cartilha do sistema] não é aceito, e será tido como falso. Isso acontece com todos nós, todos os dias, em situações de maior ou menor importância, mas acontece.

Mas o mais triste de se ver, são pessoas que sabem de tudo isso, que buscam se conhecerem, que dizem ter a coragem de quebrar paradigmas, completamente cegas pela cartilha do sistema rsrsrs... Imersas em dúvidas mil, simplesmente por que suas vidas as colocaram frente a algo não previsto pela cartilha, ou algo previsto, entretanto não aceito como verdadeiro e bom.

É importante avaliarmos o quão pesada é essa cartilha do sistema, para isso ficar mais simples, basta compararmos culturas diferentes... coisas que são monstruosas em uma cultura... são perfeitamente normais em outra... por que isso acontece? Simples... a cartilha é outra... logo os valores são outros, assim abrindo um vasto leque de possibilidades. Podemos tomar como exemplo a Polinésia:

Na Polinésia é perfeitamente normal comer filhotes de husk siberiano, inclusive as crianças normalmente ajudam no preparo do prato, desde a escolha do cãozinho... para eles isso é natural... para nós isso pode ser monstruoso, pelo simples fato de que nossa cartilha é diferente da deles... somos todos iguais, todos somos seres humanos, apenas estamos seguindo cartilhas diferentes.

Essas crenças em sua grande maioria são extremamente limitantes, fatalmente nos levando a frustrações. Por isso eu digo... aquele que se guia na vida por essa cartilha do sistema, certamente terá de abrir mão de muitas coisas importantes em sua vida, e se arrepender de muita coisa que não fez, nem mesmo tentou... na minha opinião essa é a pior dor... pois ficará para o resto da vida a pergunta: E se eu tivesse tentado?

Naturalmente, as poucas pessoas que tem coragem de ir contra essa cartilha do sistema acabam se sentindo deslocadas de seu meio social, pois afinal é o estranho, o diferente.... esse é um ponto de escolha, fazer o que se quer ou fazer o que os outros querem que você faça?

Tenham a coragem, queimem suas cartilhas do sistema e escrevam as suas próprias, com suas verdades, e viver sua vida segundo suas verdadeiras crenças.

Thenebris

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